Toda força e paixão de um design autodidata
Por Maria Alice Miller, designer de interiores e editora do blog Casa com Design
Reconhecido por seu trabalho que prima pelo conforto aliado à boa funcionalidade, o londrinense Tadeu Paisan é um especialista em cadeiras e poltronas. Apesar de trabalhar com estilos variados – do mais rústico e despojado ao mais elegante e sofisticado – Tadeu sempre procura pelo requinte e pelo bem fazer, tendo o contemporâneo e a atemporalidade como busca. Com quase 25 anos de profissão, o designer que já atuou em várias fábricas moveleiras agora é conhecido e reconhecido como um dos mais promissores da nova geração que “mostra sua cara”, com muito talento criativo e garra para fazer ainda muito mais pelo design brasileiro. Nesta pequena entrevista, tentamos conhecer um pouco mais sobre o criativo tímido e modesto que vem apresentando uma carreira cada vez mais sólida no mercado nacional.
Lançamento; ‘Poltronete’ “Silves”, 2017. Singela, compacta, bela e apropriada para os dias atuais.
1 – Qual é sua formação e como começou seu interesse pelo desenho de mobiliário? É verdade que você é um designer autodidata?
Sim, sou autodidata e apaixonado pelo design, sempre gostei de rabiscar. Desde criança desenho era um de meus passatempos prediletos. Amo Tenreiro com quem tenho uma ligação forte: ele era amigo de um tio avô, a quem tive a oportunidade de conhecer seu trabalho desde muito cedo, e é claro, minha grande inspiração.
Poltrona “Alice”, 2017. Uma das mais belas e queridas de Paisan, batizada em homenagem a sua mãe, “Alice” tem detalhes e reforços que a tornam toda especial.
2 – No que você se inspira para criar? O que te estimula? Quais suas fontes de inspiração?
A inspiração vem de muitos lugares, desde viagens, leituras e pesquisas frequentes até momentos de tristeza ou de alegria. A criação simplesmente acontece.
Banco “Alça”. Com seu estilo próprio e linhas limpas, o banco é de uma beleza típica da época do modernismo nacional.
3 – Você só cria mobiliário ou gosta também de pensar em espaços, ou outro tipo de design?
Já passei por vários segmentos: fui designer de interiores, fiz projetos de ambientes e espaços corporativos, lojas, etc, mas amo o desenho.
Poltrona “Almada”, 2015 – angulosa e cheia de bossa, um exemplo atual dos rumos da carreira do designer
4 – Você se sente pronto ou ainda há muito que aprender e ‘apreender’?
Sempre há muito a aprender. O aprendizado, na minha opinião, jamais acaba, por isso as pesquisas frequentes.
Cadeira “Clara”. A utilização da palhinha é valorizada pelo designer como forma de destacar o design modernista, tipicamente brasileiro, de quem é fã.
5 – Que designer brasileiro você admira? E qual o internacional?
Na realidade admiro muitos, em especial Joaquim Tenreiro e os Eames.
6 – Dentre as peças que você criou até hoje, qual você definiria como a peça principal, ou a mais importante?
‘Gosto de muitas peças (feliz por isso) sinal que estou atingindo meus objetivos. A peça que mais gosto é uma poltrona que está sendo lançada agora e leva o nome de minha mãe: “Alice”
Luminária “Bongô”, 2013, com cúpula em corda náutica: outro design simples e de efeito de Tadeu Paisan.
7 – Se você não fosse designer de mobiliário, qual seria sua profissão e por quê?
Seria designer, não teria outra opção, nasci amando o que tenho o privilégio de fazer.
Base para Mesa de Jantar “Olga”, 2013 – com design simples e dos mais bonitos, a base “Olga” conquista pela singeleza do traço.
8 – Fora do trabalho, o que você curte fazer?
Amo a música, viajar e ficar em casa com minha família.